Quase seis anos após um dos maiores desastres ambientais do Brasil, o Ministério Público Federal (MPF) continua a investigar a origem do óleo que poluiu extensas áreas do litoral brasileiro. A Procuradoria da República no Rio Grande do Norte informou à Agência Brasil que ainda há incertezas sobre a autoria do vazamento, aguardando informações de autoridades estrangeiras para esclarecer os responsáveis pelo incidente.
O derramamento de óleo teve início em agosto de 2019, afetando praias, mangues e recifes em nove estados do Nordeste, além de partes do Espírito Santo e do Rio de Janeiro. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) classificou o evento como "o mais grave crime ambiental ocorrido no litoral", atingindo 130 cidades ao longo de aproximadamente 3,6 mil quilômetros de costa.
Diante da gravidade da situação, a União acionou, pela primeira vez, o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo, mobilizando diversos órgãos e as Forças Armadas para conter e limpar o material contaminado. No entanto, o plano foi ativado mais de 40 dias após a identificação das primeiras manchas e desmobilizado em março de 2020, apesar da continuidade dos vestígios de poluição.
Em dezembro de 2021, a Polícia Federal indiciou a tripulação do navio petroleiro Bouboulina, da empresa grega Delta Tankers, como responsável pelo vazamento. Contudo, a falta de identificação clara dos causadores do dano ambiental ainda gera incertezas e custos significativos para os estados afetados, que já contabilizam milhões em despesas com a limpeza e mitigação dos efeitos do derramamento.