A Promotoria de Justiça Cível de Santos, no litoral de São Paulo, protocolou uma apelação visando aumentar a indenização e pensão a serem pagos pelo Estado aos familiares de Edneia Fernandes Silva, de 31 anos, que foi morta por um disparo durante a Operação Verão, em março de 2024. O incidente ocorreu enquanto Edneia estava sentada na Praça José Lamacchia, no bairro Bom Retiro, quando foi atingida por uma bala perdida disparada por policiais militares.
A decisão de primeira instância fixou a indenização em R$ 100 mil para cada um dos seis filhos e o marido da vítima, totalizando R$ 700 mil, além de uma pensão mensal de R$ 1.001,33 a ser dividida entre os filhos até que completassem 25 anos. O Ministério Público argumenta que a quantia é insuficiente diante da perda irreparável e busca elevar a indenização para R$ 200 mil, com pensão mensal de um salário mínimo.
Givaldo Manoel da Silva Júnior, marido de Edneia, relatou a dificuldade de criar sozinho os filhos, que têm idades entre 3 e 17 anos, sem apoio do Estado. Ele expressou a dor da ausência da mãe e a necessidade de suporte psicológico para as crianças. A Operação Verão, que visa reforçar a segurança na Baixada Santista, foi intensificada após a morte de dois policiais militares em fevereiro de 2024, gerando controvérsias sobre a atuação da polícia na região.
A Defensoria Pública de São Paulo, junto com organizações de direitos humanos, solicitou à ONU o fim da operação e a implementação do uso de câmeras corporais pelos policiais. O governo paulista afirmou que não foi notificado sobre o recurso do MP-SP, e a Polícia Militar não se manifestou até o fechamento desta matéria.