Na próxima quinta-feira (10), a Avenida Paulista será palco de uma manifestação organizada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reúne movimentos sociais aliados ao governo federal. O ato, que conta com o apoio de centrais sindicais e partidos de esquerda, busca criticar a condução econômica do Executivo e as ações do Congresso Nacional, especialmente do Centrão, que os organizadores consideram como 'inimigos do povo'.
Embora algumas pautas, como a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil, sejam defendidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os manifestantes adotam um tom de independência política. Eles exigem a aprovação de propostas que visam a tributação de altas rendas e criticam o arcabouço fiscal do governo, considerado insuficiente para enfrentar a desigualdade social.
Entre os principais pontos de reivindicação estão o fim da escala de trabalho 6×1, a rejeição à jornada 7×0 e a taxação de fortunas acima de R$ 50 mil mensais. A manifestação também faz parte da campanha 'Plebiscito Popular Por um Brasil mais Justo', que busca consultar a população sobre questões tributárias até 7 de setembro. Além de São Paulo, atos semelhantes estão programados em diversas cidades do Brasil, como Rio de Janeiro e Brasília.
A mobilização, que se inicia às 18h para facilitar a participação dos trabalhadores, é descrita como suprapartidária e visa reforçar a autonomia dos movimentos sociais, mesmo em relação ao governo federal. A convocação do deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) e a presença de entidades como CUT, MST e UNE demonstram a amplitude da mobilização, que busca pressionar o Congresso por mudanças significativas nas políticas públicas.