Movimentos sociais da Venezuela formalizaram, nesta quarta-feira (5), um pedido de participação no Brics e no Conselho Popular do bloco, durante a primeira reunião presencial da organização, realizada no Rio de Janeiro. A solicitação foi apresentada pela deputada venezuelana Blanca Eekhout, presidenta do Instituto Simón Bolívar de Amizade com os Povos, que destacou a importância da inclusão dos movimentos populares, como os de mulheres e povos indígenas, na estrutura do Brics.
O pedido ocorre após a rejeição da entrada da Venezuela no Brics em 2024, durante a cúpula na Rússia, que também reconheceu o Conselho Popular como parte da instituição. A decisão anterior gerou tensões entre Brasil e Caracas, com o governo brasileiro justificando o veto devido à falta de transparência nas eleições presidenciais venezuelanas. Contudo, Rússia e China manifestaram apoio à Venezuela, levando especialistas a acreditarem que a adesão do país ao bloco é uma questão de tempo.
Cesar Carias, representante do Movimento Indígena Unido de Venezuela (MIUVEN), também participou da entrega da carta, solicitando a eliminação do veto e enfatizando a necessidade de inclusão dos povos indígenas e movimentos sociais no Brics. A proposta de ampliação da participação de países da América Latina no bloco será apresentada na cúpula do Brics, marcada para domingo (6), com o objetivo de fortalecer a presença do Sul Global nas decisões internacionais, conforme defendido por representantes de organizações sociais.