O número de motoristas e entregadores de aplicativos no Brasil cresceu significativamente entre 2022 e 2024, segundo dados do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) divulgados em 25 de junho de 2025. O estudo aponta um aumento de 35% no número de motoristas, totalizando 1,7 milhão de profissionais, e um crescimento de 18% entre os entregadores, chegando a 455,6 mil. A pesquisa detalha ainda a renda média mensal líquida desses trabalhadores, superior ao salário mínimo e à renda média do setor de serviços, indicando uma realidade complexa no mercado de trabalho brasileiro. Essa expansão expressiva levanta questionamentos sobre as condições de trabalho e a dependência econômica dessa categoria.
Os motivos para a escolha desse tipo de trabalho, de acordo com o levantamento do Cebrap, são majoritariamente a remuneração e a flexibilidade. 43% dos motoristas e 48% dos entregadores citaram o salário como principal atrativo, seguidos por 27% e 24% que priorizaram a autonomia e flexibilidade de horários. Apesar da renda superior à média nacional, a pesquisa revela uma alta taxa de dependência econômica: 58% dos motoristas e 54% dos entregadores dependem exclusivamente dessa atividade como fonte de renda. A jornada de trabalho também é um fator relevante, com motoristas trabalhando entre 19 e 27 horas semanais e entregadores entre 9 e 13 horas. Esses dados contrastam com a percepção de estabilidade, com 80% dos motoristas e 75% dos entregadores afirmando desejo de permanecer na atividade.
As projeções futuras indicam uma crescente consolidação desse mercado de trabalho, com a probabilidade de aumento na pressão por melhores condições e regulamentações. A dependência econômica de uma parcela significativa desses trabalhadores exige políticas públicas que garantam direitos trabalhistas e segurança social. A pesquisa do Cebrap sinaliza a necessidade de um debate amplo sobre o futuro do trabalho no Brasil, considerando os desafios e oportunidades apresentados por essa modalidade de emprego cada vez mais presente na sociedade. O impacto socioeconômico dessa categoria requer atenção contínua, especialmente em relação à previdência e à proteção social.