O Brasil registrou 44.127 mortes violentas intencionais em 2024, conforme o 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (24). Este número representa uma queda de 5% em relação a 2023 e de 8% em comparação a 2022, mantendo a tendência de redução iniciada em 2018. Apesar da diminuição geral, as mortes causadas por policiais continuam elevadas, totalizando 6.243 casos no ano passado, uma redução de apenas 2,7% em relação ao ano anterior.
O relatório revela que, desde 2017, enquanto as mortes violentas caíram 31%, os óbitos provocados por agentes de segurança aumentaram 21%. Em 2024, 12 das 27 unidades da federação apresentaram aumento na letalidade policial, o que contribuiu para uma percepção de insegurança crescente, mesmo com a queda nos índices de criminalidade. O estudo, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, utiliza dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.
O Amapá se destaca como o estado mais violento do Brasil, com 45,1 mortes por 100 mil habitantes, enquanto São Paulo, com a menor taxa de 8,2, registrou um aumento de 7,5% nas mortes violentas, impulsionado por um salto de 61% nas mortes causadas por policiais. Entre as cidades, Maranguape (CE) lidera o ranking de violência, com 79,9 mortes violentas por 100 mil moradores, atribuídas à disputa entre facções criminosas. Apesar da redução nos índices gerais, uma pesquisa Datafolha de abril aponta que 58% dos brasileiros acreditam que a criminalidade aumentou no país.