O estado de São Paulo registrou um aumento de 8% nas mortes violentas em 2024, totalizando 3.751 casos, conforme dados do 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (24). O crescimento é atribuído principalmente ao aumento de 61% na letalidade policial, que contabilizou 813 mortes por agentes de segurança, em comparação a 504 no ano anterior.
Os dados incluem homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais. Apesar do aumento, São Paulo continua a apresentar a menor taxa de mortes violentas do país, com 8,2 por 100 mil habitantes. A disputa entre facções criminosas é apontada como um dos principais fatores para o aumento da violência, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
A atuação de policiais militares em serviço representa 80% das mortes atribuídas à polícia. Um dos eventos que mais impactou os números foi a Operação Verão, realizada na Baixada Santista entre fevereiro e abril de 2024, que resultou na morte de 56 pessoas. Embora os homicídios dolosos tenham diminuído em 3,6%, passando de 2.728 para 2.630, as lesões corporais seguidas de morte aumentaram 68% e os latrocínios tiveram leve crescimento.
David Marques, coordenador do Fórum, destacou que a letalidade policial representou 22% do total de mortes violentas intencionais em 2024, um aumento em relação aos 14% do ano anterior. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) revisou sua posição sobre o uso de câmeras corporais por agentes após incidentes de violência. Apesar da alta nas mortes violentas, crimes patrimoniais, como roubos de celulares, apresentaram queda significativa, refletindo uma possível migração para crimes digitais.