A morte de Gabriel Júnior Oliveira Alves da Silva, de 22 anos, durante uma ação da Polícia Militar em Piracicaba (SP) em abril deste ano, resultou em graves denúncias contra seis policiais militares. Segundo o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), testemunhas relataram que os PMs tentaram coagir vítimas e apagaram imagens relacionadas ao caso. A denúncia foi apresentada à Justiça nesta quinta-feira (10), e dois policiais já estão presos, enquanto quatro foram afastados de suas funções.
De acordo com o promotor de Justiça Aluisio Antonio Maciel Neto, o clima de medo gerado pela ação policial tem dificultado a colaboração de testemunhas. Informações indicam que um amigo da vítima foi forçado a deixar o bairro devido a ameaças, e outros moradores relataram receio em prestar depoimentos. A Promotoria também destacou que um dos policiais foi flagrado tentando eliminar evidências logo após o homicídio.
O caso ocorreu no dia 1º de abril, quando Gabriel foi abordado por dois PMs durante um patrulhamento. A denúncia afirma que um dos policiais chamou Gabriel pelo nome e, após uma breve conversa, o agrediu fisicamente. A esposa de Gabriel, que estava grávida, presenciou a cena, que foi marcada por desespero e angústia. O MP-SP enfatiza que todos os cidadãos, incluindo policiais, devem respeitar as instituições do Estado de Direito e que não há espaço para retaliações em investigações criminais.