O jornalista Marcelo Beraba, aos 74 anos, faleceu nesta segunda-feira (28 de julho de 2025) no Hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro, em decorrência de um tumor no cérebro. Beraba foi um dos principais idealizadores e fundadores da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), uma entidade que se tornou referência na defesa da liberdade de imprensa no Brasil.
Nascido em 29 de abril de 1951, no Rio de Janeiro, Beraba iniciou sua carreira em 1971 no jornal O Globo e, ao longo de quase cinco décadas, trabalhou em importantes veículos de comunicação, como Jornal do Brasil, Folha de S.Paulo e TV Globo. Ele ocupou cargos de destaque, incluindo editor de política e ombudsman na Folha, onde foi responsável por modernizar procedimentos editoriais e estabelecer rigorosos padrões jornalísticos.
Entre suas coberturas mais marcantes estão a edição que revelou os riscos dos testes nucleares brasileiros em 1986 e a cobertura do movimento Diretas Já. Em 2002, após o assassinato do jornalista Tim Lopes, Beraba liderou a criação da Abraji, onde atuou como o primeiro presidente até 2007, promovendo a segurança dos jornalistas e o aprimoramento das técnicas investigativas.
Reconhecido internacionalmente, Beraba recebeu o Prêmio Excelência em Jornalismo do ICFJ em 2005, consolidando sua reputação como um dos mais respeitados jornalistas do Brasil. Aposentado em 2019, continuou contribuindo para a formação de novos repórteres, deixando um legado significativo para o jornalismo brasileiro, marcado pela ética e rigor na apuração dos fatos.