O crítico de cinema, cineasta e professor Jean-Claude Bernardet faleceu na última sexta-feira, 11, aos 88 anos, em decorrência de complicações relacionadas ao câncer de próstata. O renomado artista, que optou por não se submeter à quimioterapia e vivia com HIV, deixou um legado significativo no cinema brasileiro. A causa exata da morte ainda não foi divulgada.
Nascido em Charleroi, na Bélgica, em 1936, Bernardet imigrou para o Brasil em 1949. Formado pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, ele se destacou na crítica cinematográfica, especialmente no jornal O Estado de S. Paulo, onde colaborou a convite de Paulo Emílio Salles Gomes. Além disso, foi um dos fundadores do curso de cinema da Universidade de Brasília (UnB) em 1965.
Bernardet é autor de obras fundamentais para a crítica de cinema, como "Brasil em Tempo de Cinema" e "O Que é Cinema". Ele também foi uma figura central no movimento do Cinema Novo, mantendo diálogo com cineastas como Glauber Rocha. Ao longo de sua carreira, atuou como roteirista, diretor e ator, contribuindo para produções marcantes como "O Caso dos Irmãos Naves" e "São Paulo, Sinfonia e Cacofonia". Professor titular da ECA-USP até 2004, Bernardet também se destacou como ficcionista, deixando uma vasta obra literária.