O escritor e crítico de cinema francês Jean-Claude Bernardet faleceu neste sábado, 12, aos 88 anos, em São Paulo, cidade que considerava sua casa. Residente no 30º andar do Edifício Copan, um dos marcos da capital paulista, Bernardet expressou seu amor pela cidade, afirmando que viver em São Paulo era como um vício. Em entrevista ao g1 em 2013, ele destacou a beleza da vista do seu apartamento, que lhe proporcionava momentos de contemplação.
Apesar de ter enfrentado diversas situações de violência na cidade, como roubos e agressões, Bernardet mantinha uma relação amistosa com o centro de São Paulo, considerando os incidentes como "circunstâncias desagradáveis" que diminuíram após a retirada de camelôs da região. O escritor, que nunca fez aulas de português, aprendeu a língua com a ajuda de um colega de livraria, que o auxiliou na tradução de seus textos.
A Cinemateca Brasileira confirmou a morte do autor, que será velado na instituição, embora ainda não haja detalhes sobre o horário. Bernardet deixou um legado significativo no cinema brasileiro, com obras como "Brasil em Tempo de Cinema" e "Historiografia Clássica do Cinema Brasileiro", além de ter atuado em filmes como "FilmeFobia", pelo qual ganhou o prêmio de melhor ator no Festival de Brasília em 2008. Professor emérito na ECA-USP, ele dedicou um filme à cidade que tanto amava, intitulado "São Paulo, Sinfonia e Cacofonia", lançado em 1994.