O Morgan Stanley atualizou seu portfólio modelo para a América Latina, destacando um aumento na exposição à Argentina, que agora possui recomendação overweight, ao lado do Brasil, que continua sendo a principal aposta da instituição na região. O relatório, divulgado recentemente, aponta que os mercados latino-americanos estão se beneficiando de fluxos globais de capital em 2025, impulsionados pela fraqueza do dólar e pela busca por diversificação, embora os fundamentos econômicos permaneçam fracos, com crescimento desacelerado no Brasil e estagnação no México.
No Brasil, o banco mantém uma estratégia de investimento denominada "barbell", que equilibra a exposição entre serviços financeiros e setores como energia, agro e tecnologia. O Morgan Stanley reforçou suas posições em empresas como Klabin e Vivara, enquanto retirou Usiminas do portfólio e reduziu a exposição em Rumo e Banco do Brasil. Apesar de estar overweight na América Latina, o banco adota uma postura cautelosa em relação aos cíclicos do consumo doméstico, ressaltando a necessidade de uma mudança na política fiscal brasileira para limitar gastos e promover um reequilíbrio econômico.
Além disso, o relatório destaca que o Brasil enfrenta um paradoxo: enquanto a participação de investidores estrangeiros nas ações brasileiras é recorde, a participação acionária doméstica está próxima de um mínimo histórico. O Morgan Stanley também aumentou sua alocação na Argentina, focando em ações do setor financeiro, e observa que o México pode se beneficiar de acordos comerciais, mas enfrenta riscos políticos e regulatórios que geram incertezas no cenário econômico.
Os estrategistas do banco alertam que o crescimento global mais lento e as tarifas americanas mais altas do que o esperado podem impactar negativamente os preços do petróleo e outras commodities, representando um risco fundamental para a economia brasileira. A energia e a agricultura permanecem como pilares centrais da tese de investimento do Morgan Stanley no Brasil.