O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou que irá oficiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), após o nome do ex-ministro ser mencionado em depoimentos no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. A decisão foi comunicada na quarta-feira (16).
A menção ao governador ocorreu durante o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-assessor de Bolsonaro, quando o advogado de Cid, Jeffrey Chiquini, questionou sobre a participação de Tarcísio em uma reunião no Palácio da Alvorada, onde teria sido discutida uma minuta de intervenção. Moraes, ao ouvir a insinuação, destacou que Tarcísio não é investigado no processo e que a acusação seria formalmente comunicada ao governador.
Chiquini, em resposta à repercussão, afirmou que nunca acusou formalmente Tarcísio e que a menção ao seu nome se baseou em uma planilha de registros de entrada no Alvorada, anexada ao inquérito pela Polícia Federal, a qual, segundo ele, não prova nada. O advogado criticou a Procuradoria-Geral da República (PGR) por conduzir uma investigação seletiva, enquanto a assessoria de Tarcísio reiterou que ele não participou de nenhuma reunião relacionada ao caso e que já prestou esclarecimentos à PF em maio, sendo que não é alvo de investigação.
O governador, que foi ministro da Infraestrutura no governo Bolsonaro, teve seu nome registrado em visitas ao então presidente no final de 2022, mas não enfrenta acusações formais relacionadas à suposta trama golpista.