O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou que irá oficiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), após o nome do ex-ministro ser citado em depoimentos relacionados ao inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado por aliados de Jair Bolsonaro (PL). A decisão foi comunicada na quarta-feira (16), durante o interrogatório do tenente-coronel Mauro Cid, ex-assessor de Bolsonaro.
Durante o depoimento, o advogado Jeffrey Chiquini questionou Cid sobre a possível participação de Tarcísio em uma reunião no Palácio da Alvorada, onde teria sido discutida uma minuta de intervenção. Moraes, ao ouvir a insinuação, alertou que o governador não é investigado no processo e que a menção seria formalmente comunicada a ele.
A situação ganhou destaque após a defesa de Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, apresentar uma planilha com registros de entrada no Alvorada, que, segundo Chiquini, não comprova a participação de Tarcísio. O advogado também criticou a Procuradoria-Geral da República (PGR), alegando que a investigação é seletiva e desvia o foco do processo.
Em resposta, a assessoria de Tarcísio negou qualquer envolvimento do governador em reuniões sobre o tema e afirmou que esclarecimentos já foram prestados à Polícia Federal. O governador, que foi ministro da Infraestrutura, não é alvo de investigação e seu nome foi mencionado apenas em registros de visitas ao ex-presidente no final de 2022.