O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu impor uma tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro, fundamentando a medida em publicações feitas por Bolsonaro, seu filho Eduardo e o ex-presidente dos EUA, Donald Trump. A decisão foi proferida em 18 de julho e está relacionada a um inquérito que investiga possíveis ameaças à ordem pública e à Justiça. A Procuradoria-Geral da República (PGR) classificou as declarações de Eduardo Bolsonaro como um "manifesto tom intimidatório" contra autoridades judiciais.
A decisão de Moraes menciona a existência de "indicativos da concreta possibilidade de fuga do réu", embora não apresente provas concretas além das postagens nas redes sociais. A Polícia Federal (PF) destacou que Eduardo Bolsonaro começou a publicar conteúdos em inglês, sugerindo uma tentativa de influenciar a opinião pública internacional. O ministro também criticou a tarifa de 50% imposta por Trump a produtos brasileiros, classificando-a como uma tentativa de "extorsão" contra a Justiça brasileira.
Além da tornozeleira, Jair Bolsonaro enfrenta restrições como toque de recolher noturno e nos fins de semana, além da proibição de contato com outros investigados e representantes de embaixadas. O ex-presidente reagiu às medidas, chamando-as de "suprema humilhação" e argumentando que sua condição de ex-chefe de Estado e sua idade (70 anos) desmentem qualquer risco de fuga. Bolsonaro se manifestou em frente à sede da PF em Brasília, afirmando que o inquérito é de natureza política e carece de fundamentos concretos.