O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em decorrência de sua suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A decisão, que eleva a tensão no julgamento do caso, aponta que Bolsonaro cometeu três crimes ao atuar em conjunto com seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para pressionar o STF e desestabilizar o processo penal em curso.
Moraes afirma que Bolsonaro financiou com R$ 2 milhões uma operação internacional liderada por Eduardo nos Estados Unidos, que resultou na imposição de tarifas econômicas contra o Brasil pelo governo Trump. Segundo o ministro, tais ações visavam provocar uma crise econômica e constranger ministros do STF, além de abalar a legitimidade do Judiciário brasileiro.
Os crimes atribuídos a Bolsonaro incluem coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e atentado à soberania nacional. A decisão destaca que o ex-presidente utilizou sua influência política e redes sociais para intimidar autoridades envolvidas na Ação Penal 2.668, além de tentar dificultar investigações sobre a trama golpista. Moraes também ressalta que Bolsonaro buscou permitir a interferência de um Estado estrangeiro nas instituições brasileiras, configurando um grave atentado à soberania nacional.