O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceu um prazo de dez minutos para que o tenente-coronel do Exército, Rafael Martins de Oliveira, se apresentasse sem farda para ser interrogado na ação relacionada a uma suposta trama golpista. Oliveira, que está preso desde o ano passado, é um dos réus do Núcleo 3 da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e foi interrogado por videoconferência pelo juiz auxiliar Rafael Tamai.
A determinação de Moraes ocorreu por volta das 19h, após a defesa do militar alegar que não poderia cumprir uma decisão anterior que exigia a retirada da farda. Às 19h10, após ser notificada da nova ordem, a defesa atendeu à solicitação, e Oliveira compareceu vestido com uma camiseta. O ministro enfatizou que a acusação é direcionada aos militares individualmente, e não ao Exército como instituição, justificando a exigência de vestimenta civil durante o interrogatório.
Durante o depoimento, Rafael Martins de Oliveira optou por não responder às perguntas da acusação e do juiz auxiliar, limitando-se a responder apenas os questionamentos de sua defesa. Ele negou envolvimento no plano golpista, autodenominando-se um "prisioneiro de guerra" e afirmando que tomou conhecimento do chamado Plano Punhal Verde-Amarelo apenas após sua prisão. O STF está interrogando, nesta data, nove militares e um policial federal, todos acusados de planejar ações para implementar o golpe, incluindo o monitoramento de autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o próprio ministro Moraes.