O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou que o ex-presidente Jair Bolsonaro utilizou a tarifa imposta pelo governo dos Estados Unidos como estratégia para evitar um julgamento por supostas tentativas de golpe de Estado. Em coletiva de imprensa realizada na quinta-feira, 17, Moraes destacou que as evidências, incluindo declarações públicas de Bolsonaro e de seu filho, Eduardo Bolsonaro, demonstram a materialidade e autoria dos delitos atribuídos ao ex-presidente.
Moraes enfatizou que Bolsonaro estaria buscando, por meio de declarações e apoio financeiro a Eduardo, o encerramento de sua responsabilidade penal, tentando obter uma anistia inconstitucional em troca de medidas que visam desestabilizar a economia brasileira e interferir nas ações do Judiciário. O ministro também mencionou um repasse de R$ 2 milhões feito por Bolsonaro a seu filho, que, segundo ele, reforça a suspeita de um alinhamento entre os dois para influenciar a Suprema Corte.
O ministro classificou as ações de Bolsonaro como "graves e despudoradas", afirmando que o ex-presidente confessou sua intenção de extorquir a Justiça brasileira ao condicionar a suspensão de sanções à sua própria anistia. Moraes defendeu a soberania do Brasil, afirmando que o país não aceitará tentativas de submeter suas decisões a influências externas, especialmente por meio de negociações consideradas espúrias e criminosas por políticos brasileiros com governos estrangeiros.