Ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva e parlamentares da base aliada manifestaram forte oposição à decisão dos Estados Unidos de revogar o visto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, nesta sexta-feira (18.jul.2025). A medida foi considerada uma afronta à soberania nacional e uma tentativa de intimidação ao Judiciário brasileiro.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, descreveu a ação como uma retaliação "agressiva e mesquinha", associando-a a uma suposta conspiração liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro. Para Hoffmann, a revogação do visto representa um ataque direto ao Poder Judiciário do Brasil.
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, também se manifestou, afirmando que a decisão é uma "escalada diplomática" e uma "violação da soberania nacional". Em tom irônico, o senador Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso, ressaltou que os ministros têm acesso a outros 192 países, afirmando que "não serão chantagens e ameaças que curvarão a coluna da soberania do Brasil".
A revogação do visto ocorre no mesmo dia em que Bolsonaro foi alvo de uma operação da Polícia Federal, que resultou na imposição de medidas restritivas ao ex-presidente. O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, justificou a decisão, alegando que Moraes estaria promovendo uma "caça às bruxas política" contra Bolsonaro, e criticou o STF por criar um "complexo de perseguição e censura" que ultrapassa as fronteiras do Brasil.