O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reafirmou a importância da manutenção das tarifas sobre o etanol importado dos Estados Unidos durante entrevista ao videocast da Folha de S. Paulo. Silveira argumentou que as taxas atuais são essenciais para manter o equilíbrio na balança comercial entre Brasil e EUA, que envolve também o açúcar brasileiro, ambos produtos da cana-de-açúcar.
Silveira destacou que, caso as tarifas fossem um ponto central de discussão, já haveria negociações diretas com o presidente dos EUA, Donald Trump. O vice-presidente Geraldo Alckmin, designado por Lula para conduzir as negociações, enfrenta a pressão do governo norte-americano, que abriu uma investigação sobre as tarifas brasileiras de 18% sobre o etanol, alegando “discriminação regulatória”.
O ministro enfatizou a relevância do etanol para o agronegócio brasileiro e a necessidade de defender a competitividade do produto, especialmente para a região Nordeste. Além disso, Silveira comentou sobre as ameaças do governo Trump de retaliar países que importam petróleo russo, afirmando que proibir essas importações não seria correto, dado que a Petrobras é uma empresa listada na Bolsa de Nova York e possui restrições objetivas.
Desde o início da guerra na Ucrânia, o Brasil quase dobrou suas importações de produtos russos, passando de US$ 6,2 bilhões em 2021 para US$ 12,2 bilhões em 2024, um aumento contínuo que ocorreu sob as administrações de Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.