O ministro da Previdência, Wolney Queiroz, afirmou nesta sexta-feira (11) que mecanismos de alerta contra fraudes no INSS foram desativados nos primeiros dois anos do governo Lula. Durante uma sabatina no Congresso da Abraji, em São Paulo, Queiroz declarou que os sinais que deveriam acionar o Ministério foram neutralizados por servidores do próprio instituto, comprometendo a detecção de irregularidades.
Queiroz admitiu que houve falhas internas no controle das fraudes, mas ressaltou que o Ministério não foi informado a tempo sobre os desvios. Ele mencionou que o esquema de fraudes começou a operar entre 2019 e 2022, durante o governo Bolsonaro, com entidades que realizavam descontos indevidos em folhas de pagamento de aposentados e pensionistas.
O ministro também citou dois servidores afastados após a Operação Sem Desconto, que ocupavam posições-chave no INSS e falharam em emitir os alertas necessários. Queiroz expressou confiança de que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, a ser instalada no segundo semestre, convocará esses indivíduos para prestar esclarecimentos.
Além disso, o governo iniciou o processo de ressarcimento para aposentados e pensionistas afetados pelos descontos indevidos, com previsão de pagamentos a partir de 24 de julho. O prejuízo total pode chegar a R$ 3,2 bilhões, e até quatro milhões de beneficiários poderão ser ressarcidos, enquanto R$ 2,8 bilhões em contas de associações suspeitas foram bloqueados para recuperação de recursos.