O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, afirmou nesta sexta-feira (11) que seu antecessor, Carlos Lupi, e membros do Conselho Nacional de Previdência não incluíram na pauta de reuniões a discussão sobre possíveis desvios em descontos associativos do INSS, apesar de promessas feitas em 2023. Durante o 20º Congresso da Abraji, em São Paulo, Queiroz destacou que uma conselheira havia levantado a questão, mas o assunto não foi devidamente abordado nas reuniões subsequentes.
Queiroz também mencionou tentativas frustradas de investigação por parte do Ministério Público Federal (MPF) e da Controladoria Geral da União (CGU), que levaram tempo para levantar dados necessários para a Operação Sem Desconto. Ele reconheceu que a situação é complexa e que o Estado falhou ao não realizar a conferência das listas de aposentados que autorizavam descontos, aceitando como verdadeiras as informações fornecidas pelas associações.
O ministro apontou que as associações fraudulentas surgiram durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, com indícios de irregularidades a partir de 2017, mas com agravamento entre 2019 e 2022. Queiroz também comentou sobre a falta de transparência em relação aos balanços das operações da Força-Tarefa Previdenciária, ressaltando que o documento de 2024 ainda não foi divulgado. Por fim, ele negou um racha entre o PDT e o PT, mas admitiu tensões naturais entre os partidos em relação a demandas não atendidas pelo governo.