O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, reconheceu nesta sexta-feira (11) que o Estado brasileiro falhou na fiscalização dos descontos associativos aplicados a aposentados e pensionistas do INSS. Durante sua participação no 20º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji, em São Paulo, Queiroz afirmou que houve um aumento significativo de descontos irregulares entre 2023 e 2024, devido a bloqueios de informações por servidores do próprio INSS.
Queiroz destacou que, historicamente, o INSS nunca conferiu as listas de aposentados enviadas pelas associações, aceitando os dados como verdadeiros. Ele mencionou que os alertas para irregularidades foram 'propositalmente neutralizados', mas não revelou a identidade dos responsáveis. O ministro também comentou que a identificação das fraudes foi um processo complexo, com investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal sem sucesso inicial.
Para enfrentar a situação, Queiroz anunciou a reestruturação da ouvidoria do ministério e o fortalecimento do setor de inteligência. Ele também informou que aposentados e pensionistas já podem aderir a um acordo de ressarcimento por descontos indevidos, com pagamentos previstos para começar em 24 de julho. O ministro ponderou sobre a possibilidade de eliminar os descontos em folha, ressaltando a importância das associações, especialmente para trabalhadores rurais, e a disputa ideológica em torno do tema.