A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta terça-feira, 29, que o pacote de medidas do governo brasileiro em resposta à tarifa de 50% sobre as exportações para os Estados Unidos, que entra em vigor na sexta-feira, 1º, é uma "reação" e não uma "retaliação". Em entrevista à Globonews, Tebet destacou que a avaliação interna no Palácio do Planalto é de cautela em relação a qualquer ação contra a medida americana, enfatizando os riscos de uma guerra comercial entre as duas potências.
Durante a entrevista, a ministra criticou a postura do governo Trump, sugerindo que o presidente dos EUA está sendo "induzido a erro" por informações distorcidas da família Bolsonaro. Ela também comentou que a sobretaxa imposta tem como alvo principal o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e não o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tebet acredita que a situação reflete uma combinação de fatores econômicos e ideológicos.
Tebet afirmou que o presidente Lula está disposto a dialogar com Trump, mas ressaltou a necessidade de um ponto de partida claro para as negociações. Ela mencionou que questões como etanol e terras raras são fundamentais para a relação entre os dois países, e que o Brasil busca tecnologia e investimentos estrangeiros. A ministra também destacou que qualquer acordo deve respeitar as regras ambientais brasileiras e a sustentabilidade.
Por fim, Tebet alertou que o governo precisa se preparar para defender a soberania do Brasil antes da implementação das tarifas e que as discussões sobre minerais críticos e terras raras são essenciais para o futuro das relações comerciais entre Brasil e EUA.