Após a aprovação do projeto de lei que flexibiliza o licenciamento ambiental, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, declarou que o veto presidencial "está posto" e que o governo busca alternativas para corrigir o que considera um "grave retrocesso". Em entrevista ao jornal O Globo, Marina enfatizou que o texto aprovado pode comprometer a agricultura, a indústria, as exportações e a credibilidade internacional do Brasil.
Embora não tenha confirmado se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetará o projeto na íntegra, a ministra indicou que essa possibilidade é real. Ela destacou que o governo não se comprometerá com medidas que desmantelam a política ambiental do país, classificando a aprovação do projeto como um "dia de luto".
Marina Silva informou que pareceres técnicos e jurídicos estão sendo elaborados para fundamentar a decisão do presidente, e mencionou a possibilidade de um projeto de lei alternativo, uma Medida Provisória ou a judicialização do novo marco. A ministra também criticou a forma como a votação foi conduzida, ressaltando que a aprovação em sessão noturna foi um ato impensável que prejudica décadas de proteção ambiental.
A proposta, que permite um "autolicenciamento" por meio da Licença por Adesão e Compromisso (LAC), é alvo de críticas de entidades ambientais e pode afetar as metas de redução de gases de efeito estufa do Brasil. A aprovação do projeto, que ocorreu com 267 votos a favor e 116 contra, representa uma derrota para os setores mais ambientalistas do governo, embora tenha recebido apoio de ministérios que buscam acelerar obras e reduzir gargalos regulatórios.