A ministra do Trabalho de Cuba, Marta Elena Feitó Cabrera, renunciou ao cargo na terça-feira (15) após declarações controversas sobre a situação de moradores de rua no país. Durante uma reunião da Assembleia Nacional, Feitó afirmou que não existem mendigos em Cuba, mas sim pessoas 'disfarçadas de mendigos', gerando uma onda de críticas nas redes sociais e pedidos de sua saída.
O gabinete da Presidência cubana confirmou a renúncia da ministra, que reconheceu seus erros. As declarações de Feitó ocorreram em um momento em que Cuba enfrenta a pior crise econômica em três décadas, caracterizada pela escassez de alimentos, medicamentos e combustíveis, além de apagões frequentes. A situação social se agravou, levando muitos a recorrer à mendicância e à busca de alimentos em lixo.
O presidente Miguel Díaz-Canel também criticou a falta de sensibilidade em relação à vulnerabilidade social, ressaltando que a revolução deve garantir que ninguém fique para trás. Em um contexto de inflação galopante e salários baixos, a pobreza extrema se tornou uma realidade visível, especialmente em Havana, onde a população luta para sobreviver em meio a condições adversas. Recentemente, o governo anunciou uma queda de 1,1% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, acumulando uma redução de 11% nos últimos cinco anos.