O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, se manifestou nesta terça-feira (15) sobre as controvérsias geradas pelas declarações da ministra do Trabalho e da Previdência Social, Marta Elena Feitó, que afirmou que na ilha não existem "mendigos", mas sim "pessoas disfarçadas de mendigos". As declarações foram feitas durante uma sessão parlamentar transmitida pela TV e provocaram indignação entre a população, especialmente em um contexto de crise econômica e inflação elevada.
Feitó, ao apresentar programas sociais destinados a combater a pobreza, negou que indivíduos que reviram lixo estejam em busca de alimento, criticando ainda os limpadores de para-brisas que atuam nas ruas. O economista Pedro Monreal e outros críticos usaram a plataforma X para questionar a sensibilidade das afirmações da ministra, enquanto Díaz-Canel enfatizou a necessidade de uma abordagem mais empática em relação à vulnerabilidade social.
Durante sua fala no Parlamento, o presidente dedicou 20 minutos ao tema, ressaltando que as pessoas descritas como mendigos são reflexos das desigualdades sociais enfrentadas pelo país. Embora não tenha utilizado o termo "pobreza", referiu-se a indivíduos em situação de "vulnerabilidade" e indigentes, categorias frequentemente empregadas pelo governo. Em 2024, cerca de 350 mil pessoas em Cuba foram identificadas como vulneráveis, beneficiadas por programas de assistência social, em um cenário de crescente escassez de alimentos e serviços básicos.