A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda revisou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, aumentando de 2,4% para 2,5% para o ano de 2023. A nova estimativa, divulgada no "Boletim Macrofiscal", considera a resiliência do mercado de trabalho, que apresentou uma taxa de desemprego de 6,2% no trimestre encerrado em maio, a menor desde 2012, segundo dados do IBGE.
A SPE destacou que o desempenho do consumo das famílias superou as expectativas, mesmo diante da taxa Selic elevada. Além disso, a previsão para o setor agropecuário também foi revisada para cima, impulsionada pelas estimativas de produção de milho, café, algodão e arroz para 2025.
Apesar do otimismo da equipe econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva, que projeta um crescimento superior ao esperado pelo mercado financeiro, a SPE alertou sobre a incerteza no cenário econômico global. A secretaria mencionou os riscos associados a uma possível política comercial mais restritiva dos Estados Unidos, que inclui a sobretaxação de 50% sobre produtos brasileiros exportados, o que gera insegurança em setores específicos da economia.
O relatório também aponta uma desaceleração do PIB no segundo trimestre de 2023, prevendo um crescimento de 0,6% de abril a junho, após um aumento de 1,4% no primeiro trimestre. Enquanto a SPE projeta 2,5% de crescimento, o Banco Central estima um crescimento ainda menor, de 2,1%.