O Ministério da Fazenda do Brasil divulgou nesta sexta-feira (11) que a implementação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, se confirmada, terá um impacto concentrado em setores específicos e não deve afetar significativamente a previsão de crescimento do país em 2025. A análise foi apresentada no boletim da Secretaria de Política Econômica (SPE).
O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, comentou que as incertezas comerciais geradas pela administração do ex-presidente Donald Trump podem levar a uma desvalorização do dólar em relação a outras moedas, o que, segundo ele, pode contribuir para a redução da inflação. Mello observou que, apesar de uma recente alta do dólar, as projeções econômicas do Brasil permanecem estáveis.
A Fazenda revisou para cima a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, agora estimando um aumento de 2,5% para este ano, em comparação com a previsão anterior de 2,4%. Para 2026, a expectativa de crescimento foi ajustada de 2,5% para 2,4%. Mello também destacou que, embora seja cedo para avaliar os efeitos das tarifas sobre a inflação, produtos alimentícios exportados para os EUA, como carnes e café, podem sofrer queda de preços devido à tarifa.
O secretário ressaltou que a diversificação das exportações brasileiras coloca o país em uma posição mais favorável para enfrentar tarifas dos EUA em comparação com décadas anteriores, permitindo uma realocação das vendas para outros mercados. No entanto, produtos de maior tecnologia podem enfrentar desafios maiores para se adaptarem a essa nova realidade comercial.