O Ministério da Fazenda do Brasil informou que a sobretaxa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, terá um efeito concentrado em setores específicos da economia brasileira, com um impacto limitado no crescimento do PIB, que permanece estimado em 2,5%. Os produtos de maior valor agregado enfrentarão maiores dificuldades em comparação com as commodities, que podem ser redirecionadas para outros mercados. Os estados de São Paulo e Espírito Santo foram identificados como os mais vulneráveis a essas mudanças.
O secretário da Fazenda, Guilherme Mello, ressaltou que a menor dependência do mercado americano, que representa apenas 26% das exportações brasileiras em 2024, em comparação a 38% em 2004, atenua os efeitos macroeconômicos das tarifas. O dólar, que registrou uma alta de 2,6% na última semana, continua sob monitoramento, mas não há previsão de revisão das projeções econômicas para o curto prazo.
Além disso, a Fazenda apontou que produtos como carnes, café e suco de laranja, que têm uma significativa parcela de suas exportações destinadas aos EUA, podem enfrentar efeitos deflacionários. Com a dificuldade de exportação, esses itens podem inundar o mercado interno, contribuindo para a redução da inflação de alimentos, que atualmente pressiona o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).