O Ministério da Cultura anunciou novas metas para a Política Nacional de Leitura e Escrita, visando garantir uma biblioteca pública em cada município e aumentar em 10% o número de bibliotecas escolares anualmente até 2035. As propostas foram apresentadas em audiência pública da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, realizada no início de julho, e estão em consulta pública na plataforma Participa + Brasil até 8 de agosto.
Fabiano Piuba, representante do Ministério da Cultura, destacou a intenção do governo de distribuir 100 milhões de livros até 2035 e modernizar 50% das bibliotecas existentes, em resposta à queda no percentual de leitores no Brasil, que atualmente é de 47%. Outras iniciativas incluem a criação do Instituto Brasileiro do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas e a ampliação em 50% das traduções de obras literárias brasileiras para o exterior a cada ano.
A deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS), que solicitou a audiência, enfatizou a necessidade de aumentar os investimentos no setor, sugerindo que 2% das emendas parlamentares ao Orçamento sejam direcionadas ao fomento à leitura. Ela alertou que, pela primeira vez na história, o Brasil possui mais não-leitores do que leitores, um reflexo de anos de desinvestimento nas políticas de leitura.
Os investimentos na área somaram R$ 300 milhões entre 2023 e 2024, mas a pesquisa Retratos da Leitura em Bibliotecas Escolares de 2019 revelou que 63% das escolas brasileiras ainda não possuem biblioteca. A regulamentação da lei que institui o Plano Nacional de Leitura e Escrita, aprovada em 2018, só ocorreu em 2024.