Os minerais críticos, conhecidos como terras raras, têm o potencial de acrescentar até R$ 243 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil nos próximos 25 anos, segundo estimativa da economista Solange Srour em entrevista ao GLOBO. O Brasil detém 23% das reservas mundiais, a segunda maior concentração global, mas a produção atual é considerada insuficiente.
Para maximizar esse potencial, Solange aponta que o país deve avançar na cadeia produtiva dos minerais, investindo em novas minas e no beneficiamento dos recursos extraídos. Caso essas etapas sejam implementadas, o impacto no PIB pode chegar a R$ 233 bilhões. Se o Brasil também incluir o refino, a cifra pode atingir R$ 243 bilhões até 2050.
Goiás se destaca como um polo estratégico na produção de terras raras, com depósitos significativos que são essenciais para tecnologias sustentáveis, como veículos elétricos e turbinas eólicas. O depósito da Serra Verde, em Minaçu, é considerado crucial para a cadeia de superímãs e prevê uma produção anual de 5 mil toneladas até 2026, com investimentos que já superam R$ 760 milhões.
Apesar de possuir a terceira maior reserva de terras raras do mundo, com 21 milhões de toneladas, a produção brasileira representa apenas 0,02% do total global. A corrida por minerais críticos, que inclui cobre, lítio e níquel, está ligada à transição energética e ao avanço tecnológico, tornando esses insumos cada vez mais relevantes no cenário geopolítico atual.