As pilhas de rejeito, formadas por materiais sem valor econômico, estão se tornando a principal forma de disposição de resíduos na mineração brasileira, superando as barragens. Essa mudança ocorre após os desastres em Brumadinho e Mariana, que resultaram na morte de quase 300 pessoas. Atualmente, o Brasil conta com mais de 3 mil pilhas de rejeito, sendo 232 exclusivamente de rejeitos, segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM).
As pilhas de rejeito, que são empilhadas a seco, representam uma alternativa considerada mais segura em relação às barragens, que estão proibidas de serem construídas a montante no país. Dados da mineradora Vale indicam que 70% de seus rejeitos estão agora armazenados em pilhas, um aumento significativo em relação a 2014, quando esse número era de 40%. A Samarco, por sua vez, filtra e empilha cerca de 80% de seus rejeitos desde 2020.
Embora as pilhas de rejeito apresentem um menor potencial de dano em caso de rompimento, especialistas alertam para a falta de regulamentação e fiscalização adequadas. Engenheiros destacam que, apesar de serem mais estáveis que as barragens, as pilhas de rejeito ainda podem apresentar riscos devido à umidade residual. A necessidade de um sistema de drenagem eficaz é essencial para garantir a segurança das operações de mineração no Brasil.