Cidades de Minas Gerais estão se preparando para receber mineradoras focadas na exploração de terras raras, um grupo de 17 elementos químicos essenciais para a produção de tecnologia moderna. A iniciativa, que inclui um projeto piloto na Grande Belo Horizonte para a produção de ímãs permanentes, visa estabelecer uma cadeia produtiva local que atenda à crescente demanda global por minerais críticos, especialmente em setores como eletrônica e energia renovável.
Nesta semana, Raul Jungmann, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), revelou que o governo dos Estados Unidos manifestou interesse nos minerais críticos do Brasil, embora não tenha sido discutido um possível acordo. O presidente Lula respondeu à declaração, enfatizando a necessidade de proteção sobre os recursos estratégicos do país.
Em maio, foi inaugurado um centro de inovação em Lagoa Santa, que pretende iniciar a produção de ímãs a partir de elementos como boro, neodímio e ferro, com uma capacidade anual de até 100 toneladas, a partir do segundo semestre de 2025. Apesar de ainda ser um volume pequeno em relação à demanda nacional, estimada em 10 mil toneladas por ano, o projeto visa promover uma cadeia produtiva completa, incluindo beneficiamento e reciclagem.
O Brasil possui cerca de 23% das reservas conhecidas de terras raras do mundo, com jazidas significativas em Minas Gerais. Atualmente, esses minerais são majoritariamente exportados para a China, onde são processados. Especialistas alertam para a importância de um desenvolvimento responsável e sustentável da exploração desses recursos, dada sua relevância estratégica para diversas indústrias, incluindo a defesa e a tecnologia.