Os militares das Forças Especiais do Exército, conhecidos como "kids pretos", prestaram depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira, 28, e refutaram as acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre sua suposta participação em ações táticas para a ruptura institucional em 2022. Os réus, que enfrentam acusações graves, incluindo a tentativa de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, alegaram que as alegações eram exageradas.
O tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, um dos réus, afirmou que o grupo denominado "Copa 2022" foi mal interpretado pela Polícia Federal, defendendo que as discussões eram sobre futebol, em virtude da Copa do Mundo daquele ano. Martins negou ter conhecimento de qualquer plano de ataque e desqualificou as evidências apresentadas pela PGR, afirmando que a falta de provas concretas é mais significativa do que as declarações de delatores.
Outro réu, o tenente-coronel Rodrigo Bezerra, também se distanciou das acusações, negando ser o usuário identificado como "Brasil" em comunicações suspeitas. Ele questionou a precisão das provas apresentadas pela PGR, que, segundo ele, abrangem áreas muito amplas para serem conclusivas. Além disso, ambos os militares desmentiram a participação em uma reunião com o general Walter Braga Netto, alegando que as acusações eram infundadas e que o encontro foi mal interpretado como uma reunião conspiratória.
O coronel Marcio Nunes Resende Júnior, por sua vez, descreveu um grupo de WhatsApp como um espaço de amizade e brincadeiras, desconsiderando as alegações de que servia para articular ações golpistas. Ele classificou uma reunião realizada em novembro de 2022 como uma simples confraternização entre amigos, apesar das investigações da PF apontarem que o encontro tinha como objetivo a elaboração de uma carta relacionada ao golpe.