Em um movimento estratégico, Jair Bolsonaro (PL) anunciou nesta sexta-feira (18) que sua esposa, Michelle Bolsonaro, atuará como porta-voz política do bolsonarismo, aumentando as especulações sobre uma possível candidatura dela à presidência em 2026. A decisão ocorre em um contexto onde o ex-presidente enfrenta inelegibilidade até 2030, conforme decisão do Tribunal Superior Eleitoral, e busca alternativas para manter sua influência política.
Enquanto Bolsonaro articula duas frentes para a eleição — o nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e uma possível candidatura familiar —, Michelle tem reforçado sua presença em eventos do PL Mulher e se mostrado uma figura relevante nas pesquisas eleitorais. De acordo com a AtlasIntel, ela está em empate técnico com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um eventual segundo turno, o que a coloca como uma candidata viável.
A escolha de Michelle como porta-voz também se alinha à necessidade de mobilizar a base bolsonarista, especialmente após a operação da Polícia Federal que resultou em restrições para Jair Bolsonaro, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e proibição de contato com aliados. Com a situação do ex-presidente, Michelle ganha autonomia na comunicação com a militância, enquanto a definição sobre o candidato do grupo permanece indefinida.
Além disso, Tarcísio de Freitas é visto como uma alternativa que poderia atrair apoio do Centrão e do mercado, embora haja desconfiança entre aliados de Bolsonaro sobre sua proximidade com a família. A pressão interna para uma definição rápida sobre o candidato aumenta, especialmente com o prazo de abril se aproximando, quando Tarcísio precisaria deixar o cargo para concorrer à presidência. Nesse cenário, Michelle continua a se posicionar como uma figura central na estratégia eleitoral do bolsonarismo.