Merendeiras de comunidades quilombolas de Oriximiná, no oeste do Pará, participaram de um programa de capacitação nos últimos meses, com o objetivo de valorizar a cultura alimentar local e promover uma merenda escolar mais saudável. A iniciativa, apoiada por organizações como o Imaflora, incluiu aulas práticas e reconhecimento dos profissionais envolvidos na alimentação escolar.
Dona Maria Otília Oliveira, uma das merendeiras participantes, destacou a importância da experiência: "Foi um resgate de conhecimento sobre a merenda". A nutricionista Domenica Falcão explicou que o foco da formação foi integrar a alimentação escolar ao ecossistema e à identidade cultural das comunidades, permitindo que os alunos se identifiquem com os alimentos que consomem.
Patrícia Cota, diretora do Imaflora, ressaltou que o projeto traz benefícios educacionais, econômicos e sociais, modernizando a produção tradicional quilombola e promovendo uma alimentação saudável nas escolas. O analista sênior do Imaflora, Mateus Feitosa, informou que, nos últimos cinco meses, foram realizadas duas grandes ações focadas em reaproveitamento de alimentos e diversidade cultural.
O programa culminou com o I Concurso de Agentes da Alimentação Escolar Quilombola, onde as merendeiras apresentaram pratos criativos e culturalmente significativos, reforçando a importância de políticas públicas que respeitam saberes tradicionais e ampliam o acesso à alimentação de qualidade nas escolas brasileiras.