O mercado financeiro brasileiro se prepara para possíveis desdobramentos das tarifas comerciais anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que podem ser implementadas a partir do dia 9 de julho. A expectativa é que essas tarifas, que podem chegar a 70%, gerem aversão ao risco entre os investidores, afetando diretamente o desempenho do Ibovespa e de outros ativos de risco no Brasil e no exterior.
Na última sexta-feira (4), mesmo com Wall Street fechada devido ao feriado de 4 de julho, os futuros das ações americanas apresentaram queda, enquanto parceiros comerciais dos EUA buscavam concessões antes do prazo para acordos comerciais. Montadoras da União Europeia estão pressionando por um acordo que ofereça alívio tarifário em troca de investimentos nos Estados Unidos, conforme reportado pela Bloomberg News.
Analistas de instituições financeiras como XP, Santander e Bradesco já revisaram suas projeções para 2025 e 2026, considerando as incertezas geradas pela guerra comercial. Thiago Calestine, economista da Dom Investimentos, alerta que a implementação das novas tarifas pode levar a uma realização de lucros nas bolsas americanas, impactando negativamente os mercados globais, incluindo os emergentes como o Brasil.
Embora a recuperação dos mercados acionários globais tenha sido significativa desde a volatilidade de abril, a incerteza em torno das tarifas comerciais continua a deixar os investidores cautelosos. Calestine observa que, caso as tarifas sejam efetivadas, os ativos de risco brasileiros sentirão o impacto, mas ressalta que o mercado já está precificando essas expectativas, o que pode mitigar os efeitos negativos em comparação com episódios anteriores.