Na tarde desta terça-feira, 29, a curva a termo de juros apresentou o melhor desempenho entre os ativos domésticos, com uma redução generalizada nas taxas. O foco do mercado se voltou para a iminente imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, que deve entrar em vigor em três dias, enquanto as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Federal Reserve (Fed) ficaram em segundo plano.
O ambiente externo, com a queda nos rendimentos dos Treasuries, e a percepção de que o governo brasileiro está mais ativo nas negociações com os EUA contribuíram para a diminuição das taxas. O diretor de gestão da Alphawave Capital, Tiago Hansen, destacou que a curva passou por ajustes técnicos após um período de tensão no mercado de DIs, refletindo também o movimento externo dos títulos do Tesouro americano.
Encerrados os negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2026 caiu de 14,927% para 14,910%. O DI de janeiro de 2027 também apresentou queda, passando de 14,215% para 14,155%. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou que o governo está buscando alternativas para evitar que a próxima sexta-feira, 1º de agosto, se torne um "dia fatídico" em relação às tarifas, afirmando que as negociações estão em andamento.
Enquanto isso, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, negou que o governo esteja em conversas para excluir setores do tarifaço, embora fontes indiquem que há discussões sobre a possibilidade de isentar alimentos. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, revelou que a pasta está dialogando com a Embraer para lidar com a imposição da tarifa, que pode aumentar significativamente os custos operacionais das aeronaves no mercado americano.