Na tarde desta quarta-feira, 30, o mercado financeiro brasileiro enfrentou forte volatilidade nas taxas de juros, influenciado pela imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pela Casa Branca. O comunicado, divulgado por volta das 15h, inicialmente provocou uma abertura nas taxas de juros de vértices intermediários e longos, mas a exclusão de alguns itens do pacote tarifário e a definição de um prazo de sete dias para a implementação da sobretaxa levaram a uma estabilização temporária das altas.
O Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos manteve a taxa dos Fed Funds entre 4,25% e 4,50% ao ano, conforme esperado, mas a reação do mercado foi negativa após declarações do presidente Jerome Powell, que indicaram incertezas sobre cortes de juros futuros. Essa situação impactou diretamente os rendimentos dos títulos do Tesouro americano, que subiram, pressionando a curva de juros local.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve decidir pela manutenção da Selic em 15% em reunião que se encerra hoje. As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) apresentaram oscilações, com o DI de janeiro de 2026 subindo de 14,913% para 14,915% e o DI de janeiro de 2027 passando de 14,151% para 14,225%.
Economistas destacam que, apesar das isenções anunciadas pela Casa Branca, a incerteza política pode gerar retaliações do governo brasileiro. A pesquisa pré-Copom do BTG Pactual revelou que todos os 58 participantes consultados esperam estabilidade na taxa de juros, embora uma parte considere que uma elevação seria mais adequada. O cenário permanece volátil, com riscos de piora no prêmio de risco local.