Na quarta-feira, 23, a curva a termo dos ativos domésticos apresentou melhora, enquanto investidores aguardam desdobramentos nas negociações comerciais entre Estados Unidos e Brasil, além das decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Federal Reserve (Fed) previstas para a próxima semana. Os vencimentos mais curtos e intermediários mostraram viés de baixa, enquanto a ponta mais longa registrou altas modestas.
Após o fechamento do pregão, a taxa do Contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2026 caiu de 14,949% para 14,940%. O DI de janeiro de 2027 também apresentou queda, passando de 14,254% para 14,230%. Já o DI de janeiro de 2028 marcou 13,555%, uma leve redução em relação aos 13,567% do ajuste anterior. O DI para janeiro de 2029 permaneceu praticamente estável, com uma leve queda de 13,491% para 13,490%.
Nos vencimentos mais longos, as taxas futuras mostraram leve abertura, com o DI de janeiro de 2031 subindo para 13,730%, em comparação aos 13,713% do dia anterior. O contrato que vence em janeiro de 2033 aumentou de 13,799% para 13,830%. Segundo Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, a parte curta da curva permanece ancorada pela expectativa de que a Selic se mantenha em 15% por um período prolongado, com cortes previstos apenas para o início de 2026.
A recuperação do Ibovespa e a queda do dólar em relação ao real também contribuíram para o bom desempenho do mercado, impulsionados pelo anúncio de um acordo comercial entre Estados Unidos e Japão, que inclui a redução de tarifas. Sung destaca que o otimismo em relação à moderação da guerra comercial pode influenciar positivamente o mercado, embora a tensão com o Brasil, que enfrenta uma tarifa de 50%, ainda represente um desafio nas negociações. Mariana Pulegio, sócia da WIT Invest, ressalta que, apesar do recuo dos juros futuros, a cautela dos investidores persiste devido à incerteza no cenário político e econômico.