Economistas do mercado financeiro revisaram suas previsões e agora esperam que o primeiro corte na taxa Selic ocorra em março de 2026, em vez de janeiro do mesmo ano. A mediana do Sistema Expectativas de Mercado, que fundamenta o relatório Focus, indica que a taxa de juros permanecerá em 15% até a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em 2026. Anteriormente, a expectativa era de uma redução para 14,75% já em janeiro.
No encontro de março, o Copom deve reduzir a taxa em 0,50 ponto percentual, estabelecendo-a em 14,50%. Até a última edição do Focus, publicada em 7 de outubro, a previsão era de um corte menor, de 0,25 ponto, também para 14,50%. Os analistas ainda projetam que os juros cheguem a 12,50% até o final de 2026, resultando em um afrouxamento monetário total de 2,50 pontos percentuais.
Em uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o Banco Central (BC) explicou o descumprimento da meta de inflação, afirmando que busca convergir o IPCA acumulado em 12 meses ao centro da meta de 3% até o quarto trimestre de 2026. A próxima reunião do Copom está agendada para 30 de outubro, com novos prazos para a meta de inflação sendo discutidos.
Apesar das projeções do BC, que não garantem a convergência da inflação no prazo estipulado, a instituição afirmou que pode adotar trajetórias de juros diferentes das sugeridas pelo relatório Focus. As medianas do mercado ainda indicam que a inflação acumulada em 12 meses deve permanecer acima do teto da meta de 4,50% até o terceiro trimestre de 2026, quando deve atingir 4,62%. No final de 2026, a expectativa é que a taxa caia para 4,48%, ligeiramente abaixo do limite superior do alvo.