Os dados do mercado de trabalho divulgados nesta quinta-feira, 31, reforçaram a percepção de que o setor permanece robusto, mesmo diante da desaceleração econômica. Essa avaliação foi destacada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em seu comunicado, que anunciou a manutenção da Selic em 15% ao ano. A expectativa de que a taxa básica de juros permanecerá nesse patamar por um período prolongado, combinada com um impacto menos desinflacionário do que o previsto devido ao tarifaço, resultou em uma alta nas curvas de juros futuros.
Após o fechamento do mercado, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2026 subiu de 14,915% para 14,920%. O DI de janeiro de 2027 passou de 14,225% para 14,365%, enquanto o DI de janeiro de 2028 registrou um aumento de 13,519% para 13,680%. O DI de janeiro de 2029 também apresentou alta, alcançando 13,570%, em comparação a 13,418% no ajuste anterior.
Gino Olivares, economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, destacou que, embora o discurso do Copom não tenha mudado, a sinalização de uma política monetária mais rígida impacta a curva de juros. O Banco Central observou que, apesar de uma moderação no crescimento econômico, o mercado de trabalho continua a apresentar dinamismo, com a taxa de desemprego caindo de 6,1% para 5,8% entre maio e junho, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.
Além disso, a pesquisa AtlasIntel/Bloomberg revelou que a aprovação do presidente Lula atingiu 50,2%, superando a desaprovação pela primeira vez em 2025. Essa mudança na percepção pública pode influenciar a política fiscal e, consequentemente, as expectativas em relação à taxa de juros, pressionando ainda mais a curva de juros no mercado financeiro.