O mercado chinês de papel e celulose apresentou uma leve melhora na última semana, impulsionado por um aumento geral nas commodities e expectativas de estímulos econômicos, especialmente nos setores imobiliário e de renovação urbana. A equipe do Goldman Sachs projeta que os estímulos à infraestrutura e ao setor imobiliário no segundo semestre de 2025 serão moderados, buscando compensar a desaceleração esperada após a antecipação da demanda por exportações no primeiro semestre.
Apesar do excesso de oferta no setor, as margens permanecem positivas tanto no mercado doméstico quanto no de exportação, especialmente para produtores integrados de celulose e papel. O Goldman Sachs acredita que a imposição de restrições de oferta será lenta, considerando que o setor é menor em comparação a indústrias como aço e cimento. Entretanto, cortes de financiamento podem ocorrer em segmentos com baixa taxa de utilização.
Recentemente, o rali das commodities na China elevou os contratos futuros de madeira de fibra longa, resultando em preços de revenda mais estáveis. Embora os preços atuais não sejam suficientes para uma recuperação significativa, há a expectativa de aumentos em agosto, caso a tendência se mantenha. No entanto, os preços da fluff pulp continuam em queda, com uma redução de US$ 7 por tonelada em junho, enquanto novos projetos de produção, como os da ENCE e Suzano, estão prestes a entrar em operação, direcionando parte da nova oferta ao mercado chinês.
No segmento de celulose solúvel, os preços da Dissolving Wood Pulp caíram US$ 26 por tonelada em junho, refletindo uma demanda fraca do setor têxtil. Interrupções na produção, como a parada técnica da fábrica Valdivia da Arauco, podem ajudar a conter novas quedas, mas o cenário continua desafiador, pressionado por preços baixos de madeira de fibra curta e concorrência de outros insumos no mercado de fibras artificiais.