Os juros futuros apresentaram estabilidade em vencimentos curtos e alta nos intermediários e longos nesta terça-feira, 15 de outubro, refletindo a aversão ao risco no cenário internacional e incertezas fiscais no Brasil. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 passou de 14,941% para 14,935%, enquanto o DI de janeiro de 2027 subiu de 14,304% para 14,340%. O DI de janeiro de 2028 também registrou aumento, indo de 13,597% para 13,705%.
André Muller, economista-chefe da AZ Quest, destacou que a alta dos juros em diversas economias, como EUA, Reino Unido e Japão, tem pressionado o mercado brasileiro. "A volatilidade causada pela nova rodada de tarifas americanas pode impactar até mesmo o quadro eleitoral no Brasil", afirmou. Além disso, a Comissão Especial da Câmara aprovou um relatório sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66, que pode ter adicionado um prêmio de risco à curva de juros local.
No Supremo Tribunal Federal (STF), uma audiência para resolver a crise do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) não resultou em acordo, deixando a decisão nas mãos do ministro Alexandre de Moraes. Enquanto isso, investidores acompanharam reuniões em Brasília sobre a ofensiva comercial dos EUA, com a participação de líderes industriais e do agronegócio. No cenário internacional, o índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA subiu 0,3% em junho, em linha com as expectativas, levando analistas a preverem cautela do Federal Reserve em relação a cortes de juros.