Os juros futuros no Brasil apresentaram um comportamento divergente na quarta-feira, 25 de outubro, com os vencimentos curtos mantendo a estabilidade, enquanto os prazos intermediários e longos mostraram tendência de alta. A movimentação ocorreu em meio a um cenário de alívio externo, com a queda dos rendimentos dos Treasuries, mas o mercado permaneceu atento aos desdobramentos do embate comercial com os Estados Unidos, que podem impactar as eleições brasileiras de 2026, favorecendo o presidente Lula.
Ao final do pregão, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2026 subiu de 14,939% para 14,940%. O DI de janeiro de 2027 permaneceu em 14,355%, enquanto o de janeiro de 2028 caiu de 13,722% para 13,760%. O contrato para janeiro de 2029 avançou de 13,631% para 13,700%. Essas oscilações refletem a crescente incerteza no mercado, exacerbada pela investigação do Departamento do Comércio dos EUA sobre práticas comerciais brasileiras.
O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, alertou que a investigação pode complicar as negociações para a redução da tarifa de 50% imposta sobre produtos brasileiros, aumentando a volatilidade dos ativos locais. Luciano Rostagno, da EPS Investimentos, destacou que a postura combativa do governo Lula em resposta às ações de Donald Trump pode estar contribuindo para a sua popularidade, conforme indicado por recentes pesquisas eleitorais.
Além disso, o presidente americano voltou a criticar o tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta restrições legais, e insinuou que novas tarifas podem ser anunciadas. No cenário internacional, o índice de preços ao produtor (PPI) dos EUA apresentou resultados abaixo das expectativas, o que ajudou a reduzir as taxas dos Treasuries. O mercado também está atento a rumores sobre possíveis mudanças na liderança do Federal Reserve, que podem impactar a política monetária americana.