Na tarde desta segunda-feira, o mercado financeiro brasileiro registrou uma volatilidade significativa nos juros futuros, com os contratos de curto prazo zerando as quedas iniciais e os de longo prazo apresentando alta. A movimentação foi impulsionada pela disparada do dólar, que atingiu novas máximas, refletindo incertezas sobre a resposta do governo brasileiro às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos.
O economista-chefe do banco BMG, Flávio Serrano, destacou que a alta do dólar impactou a curva de juros, que havia mostrado bom desempenho devido à divulgação do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), que caiu 0,74% entre abril e maio. Esse resultado, abaixo das expectativas do mercado, reforçou a percepção de um desaquecimento econômico, o que poderia abrir espaço para a flexibilização monetária.
No fechamento do pregão, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 permaneceu em 14,940%, enquanto outros contratos de longo prazo apresentaram oscilações. O comitê interministerial criado pelo Planalto para discutir as tarifas de Trump se reunirá nesta terça-feira com representantes do setor privado, e um decreto sobre a lei de reciprocidade econômica deve ser divulgado em breve.
Marcelo Bacelar, gestor da Azimut Brasil Wealth Management, ressaltou que a incerteza em relação às tarifas e a postura do governo Lula em resposta à situação internacional adicionam prêmios de risco à curva de juros. Ele também mencionou a proposta de isenção do Imposto de Renda, que pode impactar as discussões fiscais e a estabilidade da moeda e dos juros no país.