Nesta terça-feira, 22, o mercado de câmbio brasileiro apresentou volatilidade em um dia de baixa atividade, com o dólar fechando praticamente estável a R$ 5,5670. O Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, que revelou a eliminação do contingenciamento de R$ 20,7 bilhões, não teve impacto significativo nas negociações. O dólar atingiu a mínima de R$ 5,55 no início da tarde, influenciado pela desvalorização da moeda americana no cenário global e declarações do presidente Donald Trump sobre o Federal Reserve.
O comportamento do câmbio é amplamente influenciado pela iminente aplicação de tarifas de 50% sobre produtos importados pelos Estados Unidos, a partir de 1º de agosto. A falta de clareza sobre possíveis negociações entre Brasil e EUA para mitigar essas tarifas tem gerado incertezas no mercado. Segundo Beto Saadia, diretor de investimentos da Nomos, o rumo das negociações será crucial para a quantidade de dólares disponíveis no Brasil, impactando diretamente a balança comercial.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou que uma resposta à política tarifária de Trump será dada em breve, o que intensifica a expectativa no mercado. Além disso, o senador americano Lindsey Graham ameaçou impor tarifas ainda mais altas a países que continuarem a comprar petróleo da Rússia, incluindo Brasil, China e Índia. Essa situação gera um clima de apreensão entre os investidores, que aguardam uma abordagem mais institucional nas tratativas entre os dois países.
O Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, divulgado no final da tarde, indicou uma expectativa de câmbio médio mais baixo para 2025, passando de R$ 5,81 para R$ 5,70. Apesar disso, a notícia não teve grande repercussão no mercado, conforme observou Luan Aral, especialista em dólar da Genial Investimentos.