A recente queda no mercado de ações brasileiro é atribuída mais ao sentimento dos investidores do que aos impactos econômicos das tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A equipe econômica do Bradesco BBI, que mantém uma recomendação de exposição acima da média para o Brasil, afirma que os riscos são controláveis, apesar da pressão sobre o índice MSCI Brasil, que caiu 6% desde o anúncio das tarifas em 9 de julho.
Os analistas do Bradesco estimam que, caso as tarifas sobre produtos brasileiros cheguem a 50%, as exportações podem sofrer uma perda de R$ 15 bilhões, o que poderia elevar o câmbio para R$ 5,75 por dólar e impactar a inflação e o PIB. No entanto, a análise sugere que a política monetária deve permanecer inalterada, com efeitos sobre a inflação entre 10 e 20 pontos-base no médio prazo.
Em um cenário mais extremo, com tarifas de 100% por um período prolongado, o impacto na conta corrente poderia atingir US$ 33 bilhões, levando a uma depreciação do real de até 13,5%. Apesar disso, a equipe do Bradesco acredita que a reação negativa do mercado acionário é mais influenciada por fatores emocionais do que por fundamentos econômicos, uma vez que a performance do real e a curva de juros têm se mostrado estáveis nos últimos dias.