O cenário econômico brasileiro tem sido agitado nas últimas semanas, com a aplicação de tarifas de 50% por Donald Trump sobre produtos brasileiros e discussões políticas em alta. Investidores já começam a direcionar suas atenções para as eleições de 2026, especialmente após a divulgação de uma pesquisa Genial/Quaest que mostra uma recuperação na aprovação do governo Lula. A pesquisa indica que o petista venceria as eleições em todos os cenários apresentados, embora o mercado veja isso com cautela devido a preocupações sobre o compromisso fiscal do governo.
Durante o evento XP Equities Insights, realizado na última quarta-feira (16), especialistas do mercado discutiram o impacto das eleições de 2026 no desempenho da Bolsa. Christian Keleti, CEO da AlphaKey Management, e Sara Delfim, da Dahlia Capital, afirmaram que, por enquanto, o rali da Bolsa, que atingiu uma máxima histórica de 141 mil pontos, é mais influenciado por fatores globais do que pelas eleições. Keleti destacou que o Brasil se beneficiou de fluxos estrangeiros, tornando-se o mercado emergente mais atrativo na América Latina.
Apesar do otimismo, os gestores alertaram para os riscos persistentes, especialmente em relação à situação fiscal do Brasil. Sara Delfim ressaltou que a Bolsa brasileira ainda está descontada e que as empresas locais estão se fortalecendo, o que pode resultar em revisões de lucro positivas. Uma pesquisa do Bank of America indica que os investidores devem começar a focar nas alocações relacionadas às eleições a partir do quarto trimestre de 2025, com 83% dos gestores acreditando que o Ibovespa encerrará 2025 acima dos 140 mil pontos.